A paixão pelos textos: como tudo começou

 A paixão pelos textos: como tudo começou!

Diferente da grande maioria das pessoas que devoram livros, eu não adquiri este prazer na infância, não pela falta de incentivo, mas talvez pela falta de exemplos. Minha mãe sempre trabalhou muito e segundo ela, não era “boa” em português. Meu pai, apesar de ler muita revista, o assunto nem sempre interessava crianças da minha idade, mas livros nunca faltaram em casa e um dia o gosto haveria de surgir. Vale lembrar que apesar de não ter tido exemplos, sempre houve incentivo, já que ambos sabiam da importância da leitura.

Lembro-me que iniciei minhas experiências de leitura com contos de fadas, talvez depois de ter entrado no primário, em Cajuru-SP, com 4 anos. Segundo minha mãe, chorei para entrar na escola. Acho que já sabia que não poderia ficar longe desse espaço tão encantador. Não me lembro de nessa fase passar muito tempo lendo. Morava em uma cidade pequena e a rua tinha muitas crianças. Não sobrava tanto tempo pra leitura, tínhamos que brincar.

Mas conforme o tempo foi passando e a adolescência chegando, descobri o gosto pela leitura de poesias. Adorava Vinicius... época das grandes paixões. Depois fui me interessando pelos textos que trabalhavam o comportamento humano, talvez na tentativa de entender o meu comportamento. Perdia-me no mundo. Nessa época lembro-me que lia muito Graciliano Ramos, Jorge Amado, Machado de Assis, e principalmente Fernando Pessoa. Assim, nasceu uma imensa necessidade de escrever, de dizer ao mundo o que sentia, das minhas revoltas, das minhas angústias, do meu amor. E escrevendo e lendo, consegui sobreviver. E sobrevivendo, não poderia deixar de passar a outras pessoas o quão importante é conhecer o mundo através dos textos.

No Ensino Médio isso se confirmou. Uma professora apaixonada por literatura... Dona Cidinha Nasser... e um desejo de ser igual. Apesar de até então ter sido apaixonada pelos números e quase a certeza de cursar exatas, me rendi ao poder dos textos e decidi viajar pelos mares nunca antes navegados e me desdobrar em quantas pessoas fossem necessárias para despertar em meus alunos o gosto pela leitura.